sábado, 5 de junho de 2010

A estação do tempo



Disseste-me que o dia seria perdido
Que as vagens cairiam em vão
ouviria-se o som do tocar do grilo
canções noturnas em solidão.

Mas quem comanda o dia não é o sol?
que com a luz arremata todo o tempo
se na noite não há notas em dó
toque-me ao menos em teu pensamento.

Se Mnha'lma foste até a lua
e lá acendesse uma vela colorida
iluminaria completamente a rua
tons de amor, felicidade e vida.

Mas se a dor cavar em teu peito
um buraco de imensa fundura
não lamentas e esperas em teu seio
pelo amor que te traz a cura.

E vejas como o tempo é ávido
e transforma-te numa flor amarela
presa ao caule resistente e pálido
vivendo em ventos de quimera.

Óh branda luz que vem da noite
rogo-te o perdão e iluminas meu dia
não me deixas nesta escuridão, no açoite
sou cavaleiro forte, onde a coragem jazia.

Não permitas que frágil seja a súplica
deste ser que acompanha os céus
dias, noites, galáxias dúbias
chamas eloquentes, verdadeiro fogarel.

Eis que chegada a hora da partida
minha intenção é que nada esteja impune
digo-te: em minhas mãos está a vida
em teu corpo está o perfume.

Se minha escrita não for suficiente
cantarei às aves, as belas andorinhas
para que façam do ar um recipiente
antes que outono transforme numa erva daninha.

[Mário Pires]

4 comentários:

Jamy disse...

Belaa poesiaa ..
Belaa inspiração

Feliz com tanto sentimento em versoo .
Continue assim .. enquanto houver poesia, mas satisfatória é a nossa estadia aqui ^^
Parabéns!

Juciana Cavalcante disse...

*lindo Mário
me fez lembrar mtas coisas.

Vera Andrade disse...

amei, ficou muito bonito, tenho certeza qeu se continuar treinando será um discipulo de xico xavier, masi não se preocupe com isso querido cada um tem sua missão aqui na terra. um xero
vera andrade
ps: tambem escrevo poesias

Jaquelyne Costa disse...

"Mas se a dor cavar em teu peito
um buraco de imensa fundura
não lamentas e esperas em teu seio
pelo amor que te traz a cura."
E graças a Deus que recebo muito amor de muitos que me rodeiam...

Marinho, é isso aí!
Jogue poesia!